CEARÁ sobre seus versos (Mailson Furtado) Não sei qual a ponto chegar, deduzir, descrever, decifrar. O que seja o lugar em que vivo descrever meu Ceará. Como posso descrever de forma sucinta tanta magia que há por nos contemplar? Ser cearense, sertanejo da terra cabra da peste do Ceará. Sou do Sertão, do mato, da vida, Sou do mundo e n'um tenho nem tempo p'ra reclamar da vida suada, vida sofrida da falta de chuva pra nós “prantar”. No inverno se alegra de verde o nosso roçado, o nosso lugar. E a noite ‘inda venta fresquinho e os “cumpades” se sentam p'ra conversar. N’um me lembro mais da seca do povo fugindo p'ra aqui pra acolá. Oh tempo difícil... Ver o gado morrendo, ver os meninos chorando p'ra fome matar. Hoje mudou muito de mundo, está tudo mais fácil p'ra vida levar. Foi muita fé em Padim Padre Ciço, com muitas promessas p'ra nos ajudar. Sou ainda muito mais que um menino, sou muito mais do que procuro enxergar, Tenho muito mais do que o ar pu