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Mostrando postagens com o rótulo Saúde

Nise da Silveira a Senhora das Imagens e o Coração da Loucura

Mais do que atual: Nise é urgente para a sociedade brasileira. Ao contrário do estereotipo da “bela, recatada e do LAR” lançado recentemente pela revista Veja, Nise da Silveira, foi um belo exemplo de mulher guerreira. Nordestina, nascida em Alagoas, formada em Psiquiatria e discípula de Carl Gustav Jung se rebelou contra a psiquiatria da época que aplicava violentos choques para "ajustar" pessoas e propôs um tratamento humanizado, que usava a ARTE para reabilitar os pacientes. Na época da Ditadura foi presa por conta de uma denúncia de uma enfermeira que a acusou de ter livros “Marxistas”. Nessa época nefasta ler o que bem entendesse era censurado e proibido. Na prisão, Nise conheceu Graciliano Ramos e foi citada em seu famoso livro, Memórias do Cárcere. Sou uma grande admiradora da vida, obra e trabalho de Nise da Silveira. Assisti à peça de teatro, “Nise da Silveira - A Senhora das Imagens” e tenho um livro, onde ela explica o “Inconsciente Coletivo” e os “Arqué...

Os efeitos da individuação na comunidade

  Individuação não é isolamento A despeito que a individuação dá ao indivíduo como o único portador da consciência, Jung acentua repetidamente os efeitos dessa percepção individual sobre a comunidade. Individuação não é isolamento. A autocompreensão num indivíduo modificará, invariavelmente, aqueles com quem ele vive, e influirá na comunidade, acarretando também mudanças sociais. Não, que uma pessoa que se autocompreende parta para criar uma nova sociedade; mas a sua iluminação interior brilhará inevitavelmente de tal sorte que arrastará outros em sua órbita. Uma nova compreensão do eu numa pessoa única lhe acenderá a reencarnação no meio coletivo. "O aprofundamento e alargamento da consciência", diz Jung, "produz esse tipo de efeito, a que os primitivos davam o nome da 'mana'. É uma influência não intencional sobre o inconsciente de outros, uma espécie de prestígio inconsciente, e o seu efeito dura apenas enquanto não o perturba a intensão consciente...

A dança como arte sagrada

"A dança simboliza a arte da criação" Quando dançamos, movemos no espaço segundo um ritmo que marca o tempo, juntando-se os dois em harmonia com a música, símbolo do sentimento.  A dança nasceu como arte sagrada, forma de oração, por cujo intermédio o homem se afina com toda a natureza e com os deuses. Por meio da dança rítmica, o homem lançou uma ponte para o abismo entre o tempo mortal e o tempo transcendental e experimentou-se como parte de um processo em eterna mudança. Através da dança ritual, o xamã pôs-se em harmonia com o universo, para restaurar o equilíbrio da natureza de modo que pudesse chamar a chuva necessária ou efetuar curas. Através da dança extática, o dervixe saltou fora do tempo mortal, harmonizando o seu ritmo com o das estrelas gigantes. A dança simboliza a arte da criação. Na doutrina ortodoxa grega, Sofia (a divina beleza) dança. A filosofia Zen encara toda a vida como dança gentil, cuja arte consiste em nos movermos pela vida comum de maneira n...

Se ame mais

De acordo como Camilo Moto, como é possível amar o outro como a nós mesmos se ainda não aprendemos a nos amar? Isso inclui o reconhecimento dos nossos limites, a libertação das culpas e dos medos, o fortalecimento da nossa individualidade e singularidade para que nos reconheçamos como uma luz em meio a tantas luzes. Se percebermos que cada homem, cada mulher, cada ser humano é uma estrela, girando em sua própria órbita, como já dizia Raulzito, estaremos construindo na Terra o reino dos Céus, porque é na diversidade e harmonia do brilho de cada um de nós que reside o verdadeiro sentido da vida. Para Camilo Mota, o primeiro passo na direção da paz é desenvolver a paciência, que traz consigo a tolerância, o perdão e a luz da razão e do amor conjugados. O primeiro objeto de nossa atenção nesse estudo deve ser nós mesmos. Ser pacientes com nós mesmos é o inicio do processo para compreender o ritmo da vida, o tempo e suas transformações. A paciência com si mesmo é uma passo fun...

Sexo um caminho para o sagrado

Sempre que corpos se unem num beijo, num abraço, ocorre uma troca de energias. Se a união é sensual, num beijo ou num ato sexual, a liberação energético-informativa hormonal que ocorre, estimula todas as células do corpo e torna a transferência energética muito mais intensa. A relação sexual é uma troca íntima de fluidos vitais, hormônios e energia sutil. O clímax, no orgasmo, é o ápice na formação de um vínculo energético entre os parceiros. Cria-se, então uma memória energética celular, comum. Segundo o poeta Carlos Drummond de Andrade: “Quem ousará dizer que ele é só alma? Quem não sente no corpo a alma expandir-se até desabrochar em puro grito de orgasmo, num instante de infinito? O corpo noutro corpo entrelaçado, fundido, dissolvido, volta à origem... E num sofrer de gozo entre palavras, menos que isto, sons, arquejos, ais, um só espasmo em nós atinge o clímax: é quando o amor morre de amor, divino”. Já o psiquiatra Carl Jung, diz o seguinte sobre sexualidade: “É, na v...

A ascensão e a cura dos velhos padrões de comportamento

Quando confrontado com obstáculos, permaneça tranquilo apesar de toda a dificuldade. Essa calma servirá de base para êxitos futuros. Esta estabilidade é mais poderosa que a sorte. Aquele cujo espírito se deixa oprimir pela inquietação e indecisão em épocas de adversidade, não chegará ao sucesso. Se quiser avançar e encontrar obstáculos, não os enfrente de maneira irrefletida e não se apoio em coisas que não têm estabilidade. Quando a adversidade não consegue senão curvar um homem, nele é gerada uma força de reação que com o tempo certo se manifestará .   Vocês estão no processo de liberação do seu passado, os padrões antigos que criaram o mal estar emocional e físico. Nesse processo natural, vocês podem sentir-se um pouco perdidos. Vocês podem se perguntar: “Quem eu posso me tornar?” Vocês se tornam mais vocês mesmos. À medida que liberam essas energias, vocês honram não só a si mesmos, como também seus ancestrais (e quando pensam nisso, vocês são os próprios ancestrais, v...

As mandalas tibetanas e a simbologia da impermanência da vida e do mundo

As mandalas tibetanas e a arte do desapego no ritual de destruição da mandala criada, simbolizando a impermanência da vida e do mundo. Mandala é uma palavra de origem sânscrita que significa “círculo” relacionada com a representação geométrica da relação entre o homem e o cosmo. A  Sand Mandala  é uma tradição budista tibetana envolvendo a criação e destruição de mandalas feitas de areia colorida. A mandala de areia é ritualisticamente destruída depois de ter sido concluída, esse rito requer paciência e muita dedicação. O Processo de criação das San Mandalas começa com o tingimento das areias com tintas que depois são aplicadas usando pequenos tubos, funis, e raspadores, chamados chak-pur. Essas Sand Mandalas levam cerca de várias semanas para ficarem prontas devido a quantidade de detalhes e a maneira em que são criadas, geralmente os monges trabalham em equipe começando do centro para fora. Como todas as mandalas, estas são entendidas como representações bidim...

A arte regula o homem inteiro

" A arte regula o homem inteiro " (Ars totum requirit homine) Jung "... Essas obras praticamente se impõem ao autor, sua mão é, de certo modo assumida, seu pensar escreve coisas que sua própria mente vê com espanto. A obra traz em si sua própria forma; tudo aquilo que ele gostaria de acrescentar, será recusado; e tudo aquilo que ele não gostaria de aceitar, lhe será imposto. Enquanto seu seu consciente está perplexo e vazio diante do fenômeno, ele é inundado por uma torrente de pensamentos e imagens que jamais pensou criar e que sua própria vontade jamais quis trazer à tona. Mesmo contra a sua vontade tem de reconhecer que nisso tudo é sempre o seu SI-MESMO que fala, que é a sua natureza mais íntima que se revela por si mesma anunciando abertamente aquilo que nunca teria coragem de falar. Ele apenas pode obedecer e seguir esse impulso aparentemente estranho; sente que sua obra é maior do que ele e exerce um domínio tal que ele nada pode lhe impor..." MI...