A
FAMÍLIA mostra as leis que vigoram no interior da casa e que, transferidas ao
exterior, mantêm a ordem no estado e no mundo.
Quando
a família está em ordem, todos os relacionamentos sociais da humanidade também
estão. Das cinco relações sociais, três são encontradas no interior da família:
a relação entre pai e filho, que é a do amor; entre o pai e a mãe, que é a do
recato; entre o irmão mais velho e o irmão mais moço, que é a da correção. O
afetuoso respeito do filho é então transferido para a vida, como exemplo de
lealdade ao dever. A correção e o afeto existentes entre os irmãos são
aplicados ao amigo como lealdade e aos superiores como deferência. A família é
a célula que dá origem à sociedade, o solo nativo em que o exercício dos
deveres morais é facilitado pela natural afeição. Nesse pequeno círculo são
criados os princípios éticos que mais tarde serão ampliados às relações humanas
em geral.
Aqui
também a influência deve partir da própria pessoa para dirigir-se aos outros.
Para poder exercer tal influência, as palavras precisam ter força, e só podem
tê-la quando baseiam-se em algo verdadeiro, assim como a chama depende do
combustível. Ou seja, as palavras exercem influência somente quando são
objetivas e claramente referentes a circunstâncias definidas. Discursos e
advertências genéricas não têm qualquer efeito. As palavras devem ainda estar
apoiadas em todo um modo de vida, assim como o efeito do vento deriva de sua
continuidade. Só uma conduta firme e consequente terá impacto sobre outros,
fazendo com que se adaptem e se orientem por ela. Se a palavra e a conduta não
estão em harmonia e não são consequentes, não terão efeito.
(I Ching)
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