Sempre
que corpos se unem num beijo, num abraço, ocorre uma troca de energias. Se a
união é sensual, num beijo ou num ato sexual, a liberação
energético-informativa hormonal que ocorre, estimula todas as células do corpo
e torna a transferência energética muito mais intensa. A relação sexual é uma
troca íntima de fluidos vitais, hormônios e energia sutil. O clímax, no
orgasmo, é o ápice na formação de um vínculo energético entre os parceiros. Cria-se,
então uma memória energética celular, comum.
Segundo
o poeta Carlos Drummond de Andrade: “Quem ousará dizer que ele é só alma? Quem
não sente no corpo a alma expandir-se até desabrochar em puro grito de orgasmo,
num instante de infinito? O corpo noutro corpo entrelaçado, fundido,
dissolvido, volta à origem... E
num sofrer de gozo entre palavras, menos que isto, sons, arquejos, ais, um só
espasmo em nós atinge o clímax: é quando o amor morre de amor, divino”.
Já
o psiquiatra Carl Jung, diz o seguinte sobre sexualidade: “É, na verdade, uma
exuberância incontestável e genuína do Divino, cuja força transcendente
oblitera e supera tudo que é individual”. E mais a tarde acrescenta: “Energia
sexual é energia criativa que move a vida, nossa vontade e desejos”.
Georg
Feverstein afirmou: “Minhas investigações convenceram-me de que o sexo pode ser
uma importante porta de entrada para experiências místicas ou encontros com o
sagrado”. David E. Elkins acrescentou: “Eros, sexo e sensualidade são um
caminho autêntico para o sagrado, mas esse caminho encontra-se em grave
abandono, tomado de arbustos espinhosos e coberto de escombros que se acumularam
em séculos de repressão religiosa. Para trilhar esse caminho, temos que remover
os escombros, debaixo deles encontraremos um caminho antigo que conduz à
presença do Divino”.
De
acordo com Flávio Bastos, estamos gradualmente apurando a percepção no sentido
de compreender que toda vez que uma pessoa convida outra à comunhão sexual, ou
aceita de alguém um apelo nesse sentido, tendo como base a INTIMIDADE e a CONFIANÇA
mútua; estabelece-se entre ambas um circuito de forças pelo qual a dupla se
alimenta psiquicamente de energias espirituais em regime de reciprocidade, ou
seja, libera a energia que é inerente à sua natureza humana, pois sentir desejo
e prazer são “ingredientes” indispensáveis na busca da felicidade, que pode
também ser vista como a paixão pela vida onde a libido tem uma função destacada
na conexão com o sagrado.
Para Flávio Bastos, sexo é uma força poderosa que pode abrir a
alma e limpar as portas da percepção para que possamos ver a beleza e a
profundidade da vida. Quando um homem apaixona-se por uma mulher que excita
tanto a sua alma como seus desejos eróticos mais profundos, a possibilidade de transcendência
está próxima. Quando uma mulher encontra um homem cujo próprio ser desperta-lhe
o corpo e toca-lhe a alma, está na
iminência da experiência sagrada.
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