Fonte: http://www.guerraepaz.org.br |
Para inaugurar esta singular e monumental exposição na capital Paulista, nada mais justo do que reunir em um só palco, música (popular e erudita), dança, vídeo, poesia e vários artistas com o único objetivo que é o de retribuir com arte a arte criada por Portinari. Para Portinari “... pintura que não fala ao coração não é arte, porque só ele a entende. Só o coração nos poderá tornar melhores e é essa grande função da arte. Não conheço nenhuma grande Arte que não esteja intimamente ligada ao povo”.
Subiram ao palco, João Candido Portinari que abriu a inauguração e falou com muito carinho da vida e obra do seu pai. Em seguida a Orquestra de Câmara Portinari que foi criada especialmente para este evento tocou ao vivo numa perfeita sincronia a trilha sonora dos documentários e vídeos apresentados. A emoção contagiou a todos quando Milton Nascimento declamou o poema “A Guerra e a Paz de Portinari” e em seguida cantou “Conversas, Pinturas, Desenhos”. A atriz Beatriz Segall fez a leitura de um texto de Portinari e para finalizar Ana Botofago dançou e expressou através dos movimentos e do ritmo o Pintor e sua Obra. Estive presente neste evento tão cheio de arte e gostaria de registrar aqui a sensação vivida ao ver de perto os grandes painéis feitos por Portinari: O que senti foi que a vida é uma dualidade e que não temos como fugir dela, o que podemos fazer para amenizar o sofrimento e ampliar a felicidade é arte. A arte nos torna mais fortes, humanos e ao mesmo tempo eternos.
Portinari amava sua arte, que era sua própria vida, não se deixou intimidar pela morte e viveu sua arte com todo amor e dedicação.
Quando fazia os estudos preparatórios para os painéis Guerra e Paz, foi proibido de pintar pelos médicos, que tentavam amenizar o processo de envenenamento pelas tintas. Mas o pintor não recuou ao desafio e ao maior trabalho de toda sua vida. Portinari nasceu em 30 de dezembro de 1903 e faleceu em 6 de fevereiro de 1962.
As coisas comoventes ferem de morte o artista e sua única salvação e retransmitir a mensagem que recebe. Eu pergunto quais as coisas comoventes neste mundo de hoje? Não são por acaso as tragédias provocadas pelas guerras, as tragédias provocadas pelas injustiças, pela desigualdade e pela fome? Haverá na natureza qualquer coisa que grite mais alto ao coração do que isso?
A exposição fica em cartaz de 07 de fevereiro à 21 de abril, no Memorial da América Latina.
Para mais informações: http://www.guerraepaz.org.br
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