"Agora
eu não distingo mais compositores e nem pintores. Quando vou a um museu é como
entrar em uma sala de concertos, e quando estou ouvindo música é como se
estivesse ouvindo as cores o tempo todo. Duas artes que se unem de uma forma
abrangente."
ARTE + CIÊNCIA + TECNOLOGIA = CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
A Acromatose é uma doença rara que faz com que seu o portador enxergue apenas em preto e branco. Neil Harbisson é uma dessas raras pessoas que são vítimas dessa doença. Para se ter uma ideia, a Acromatose afeta um em cada 33 mil pessoas.
O
desejo de apreciar as cores levou Harbisson a colaborar com o professor britânico,
de Cibernética, Adam Montandon, que é especialista no uso da tecnologia para
expandir os sentidos. Foi ele quem construiu um olho cibernético chamado Eyeborg. Em 2004, Harbisson utilizou
este olho e pode ver as cores. Para isto ele teve que implantar um chip em seu
crânio, por meio do qual ele afirma poder "ouvir" cores, de acordo
com o Daily Mail.
De
acordo com a matéria, Harbisson, que se auto intitula “artista ciborgue sonocromático”, usa há dez anos esse olho
eletrônico, que contém uma câmera para captar as frequências de cores para
então convertê-las em sons. Como não há fones de ouvido integrados, o áudio é
transmitido por condução óssea, diretamente aos seus ouvidos. Além disso, o som
é enviado ao seu smartphone por Bluetooth ou Wi-Fi. O aparelho é chamado
de "Eyeborg" que uma junção das palavras olho e ciborgue, em
inglês.
A
percepção de cores em forma de som tem um resultado tão diferente quanto
interessante, ou melhor “estrambólico”. “Dessa forma, o lilás tem uma frequência
muito mais rápida do que a cor vermelha, por exemplo. Quando ouço o lilás, eu
escuto uma frequência mais nítida. Vejo 360 cores, que vão desde mais a lenta até
as frequências mais rápidas”, explica Harbisson.
O
Eyeborg, olho cibernético é único no seu género, pois percebe notas musicais no
mundo exterior, incluindo as faces das pessoas. Inicialmente o Eyeborg percebia
apenas seis cores. Agora Harbisson identifica até 360 tons. A ideia é desenvolver
esta tecnologia e expandi-la para outras pessoas que estão na mesma condição.
Desde
que começou a usar o Eyeborg, Harbisson procura transmitir a cor dos sons
através de sua carreira artística. Primeiro, ele queria compor música com a
cor, em vez de partituras.
“Eu
posso ouvir uma obra de Picasso”
"Com isso, eu
posso ouvir uma obra de Picasso", afirma o artista, que implantou a última
versão do aparelho entre dezembro do ano passado e março de 2014. Esse
produto, no entanto, não é de fácil implantação, por este motivo ele teve que
passar por uma cirurgia para colocar o Eyeborg.
Agora
em seu projeto artístico chamado Sound Portraits, Harbisson ouve cores de rostos para criar
algo como um acorde musical microtonal, ou seja, ele faz retratos sonoros de
pessoas famosas como Leonardo Di Caprio, Nicole Kidman e Woody Allen, entre
outros.
Já no projeto City
Colours, ele expressa as capitais da Europa em duas cores. Por exemplo, Mônaco
é salmão e azul índigo, enquanto Bratislava é amarela e turquesa.
Harbisson chegou
também a participar do evento de tecnologia e inovação, em 2012, para divulgar
o Eyeborg e compartilhar a sua história. Para conferir o vídeo deste evento, em
inglês, clique aqui.
"Sinfonia
de Cores: nem pintura e nem música, é o sonocromatismo, que é a união dos
dois."
Neil
Harbisson, continua criando diferentes obras, combinando duas de suas paixões:
música e artes visuais, sob o título "Sinfonia de Cores", em
Barcelona, na Espanha. Ele define "Sinfonia de Cores", dizendo:
"nem pintura e nem música, é o sonocromatismo, que é a união dos
dois."
Referências:
Fontes das imagens:
http://culturacolectiva.com/neil-harbisson-y-su-sinfonia-de-colores-en-tagdf/
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