Individuação não é isolamento
A despeito que a individuação dá ao indivíduo como o único portador da consciência, Jung acentua repetidamente os efeitos dessa percepção individual sobre a comunidade. Individuação não é isolamento. A autocompreensão num indivíduo modificará, invariavelmente, aqueles com quem ele vive, e influirá na comunidade, acarretando também mudanças sociais. Não, que uma pessoa que se autocompreende parta para criar uma nova sociedade; mas a sua iluminação interior brilhará inevitavelmente de tal sorte que arrastará outros em sua órbita. Uma nova compreensão do eu numa pessoa única lhe acenderá a reencarnação no meio coletivo. "O aprofundamento e alargamento da consciência", diz Jung, "produz esse tipo de efeito, a que os primitivos davam o nome da 'mana'. É uma influência não intencional sobre o inconsciente de outros, uma espécie de prestígio inconsciente, e o seu efeito dura apenas enquanto não o perturba a intensão consciente". Jung destaca a ideia de que, para ser eficaz, a influência do individuo precisa ser não propositada. O que não quer dizer, naturalmente, que tenha de ser caótica ou desorganizada. Pois, diz ele: "A resistência à massa organizada só pode ser levada a cabo pelo homem tão organizado em sua individualidade quanto a própria massa".
Trecho retirado do Livro: Jung e o Tarô uma jornada arquetípica
Fonte da imagem:
https://cispladancas.wordpress.com/2011/06/27/a-danca-e-a-alma/
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