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O surgimento do software livre e do LINUX

Em 1983, um pesquisador do Laboratório de Inteligência Artificial do MIT, Massachusets Institute of Technology, chamado Richard Stallman, deu início ao projeto GNU. 
Este nome incomum é de um animal africano e também o acrônimo recursivo de GNU IS NOT UNIX, ou seja, o projeto GNU teria como objetivo produzir um sistema operacional livre que pudesse fazer o mesmo que o sistema Unix. Sua proposta era construir um sistema capaz de rodar programas e aplicativos do Unix, mas que fosse livre e independente de licenças proprietárias de uso.

De acordo com Silveira (2004) desenvolver um sistema operacional é uma atividade extremamente complexa. O Unix, por sua vez, era um sistema operacional extremamente robusto. Nasceu de um projeto de pesquisa envolvendo a Bell Laboratories da AT&T, a General Electric e o MIT. A primeira versão surgiu em 1971, e foi concebida para a operação de microcomputadores. Em 1973, a versão 3 do Unix foi escrita em linguagem de programação C, uma linguagem de alto nível. Linguagens de baixo nível são linguagens entendidas diretamente pelas máquinas, como o Assembler. 

A ideia de constituir um sistema operacional livre foi ganhando adeptos e se consolidou na formação da Free Software Foundation, explica Silveira (2004). Aproveitando o crescimento da comunicação em rede, hackers, geeks e apaixonados pela programação trocavam mensagens contendo pedaços de programas e linhas de código. Vários componentes do sistema operacional foram desenvolvidos, enquanto ganhava corpo a proposta do compartilhamento.
Em agosto de 1991, Linus Torvalds, um matemático finlandês, anunciou em um grupo da Internet que havia desenvolvido o kernel (núcleo) para um sistema operacional do tipo Unix. Afirmava que era um software livre que foi chamado de Linux, a junção de seu nome, Linus, com o sistema operacional Unix. Baseado em um poderoso sistema operacional multiplataforma, agregando esforços da comunidade de desenvolvedores em torno da Free Software Foundation, as primeiras versões do Linux já se mostravam mais flexíveis e robustas que o MS-DOS e o Windows.

O Linux era um clone do Unix, de código-fonte aberto e que buscava envolver em seu desenvolvimento todos aqueles que queriam aprimorá-lo. Uma vasta rede de colaboradores foi se formando para aperfeiçoar as novas versões do software. Não é exagerado dizer que sem a Internet e a comunicação mediada por computador dificilmente teríamos o ambiente necessário ao desenvolvimento colaborativo, a alma do software livre. Feito isso, surgiu uma grande alternativa ao software proprietário, o sistema operacional GNU/Linux. 

A GPL é uma licença que utiliza os princípios do direito autoral para proteger o software livre e assegurar que ninguém possa torná-lo proprietário. Uma licença de software é um contrato que define as condições de uso daquele programa. O software proprietário utiliza sua licença para proibir que os seus usuários tenham uma série de liberdades.
Dentro da GPL existe o conceito de copyleft. Trata-se de usar o copyright que restringe o direito de cópia para assegurar o seu inverso, a liberdade de copiar. A licença GPL assegura as quatro liberdades para o software livre, ou seja, o uso para qualquer fim, o estudo de seus códigos, a sua melhoria e a sua redistribuição. Todavia, o copyleft impõe uma restrição importante: nenhum software dele derivado poderá se tornar software proprietário. Quem o fizer estará violando a GPL e infringindo uma licença registrada por seu autor.

Silveira (2004) alerta que várias pessoas que se aproximam do movimento do software livre confundem o copyleft com o conceito de domínio público. Quando um programa de computador está em domínio público não está protegido pelo copyright. Sem a proteção do direito autoral, a consequência pode ser extremamente negativa para o movimento de software livre. Uma empresa ou indivíduo poderia aproveitar o fato de um programa estar em domínio público para tornar proprietárias parte de seu código ou algumas de suas cópias.

REFERÊNCIA

SILVEIRA, Sérgio Amadeu. Software livre a luta pela liberdade do conhecimento. Editora Fundação Perseu Abramo.2004.

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