Adoro a
trilogia “De Volta para o Futuro”, inclusive já escrevi artigos sobre ela. Fascina-me essa ideia de
viajar no tempo. Como até o momento não conseguimos fazer isso de verdade, uso a minha imaginação para viajar no tempo.
Que tal entrarmos no “DeLorean” voltar
no tempo em 01/11/2010, dia em que escrevi o texto abaixo.
Quando pensei
em escrever este artigo me imaginei pegando o “DeLorean” e fazendo uma viagem
no tempo. Nesse minha viagem, parei em São Paulo, na segunda-feira, 24 de julho
de 2006 às 12h. Nesse dia publiquei um artigo chamado “Tecnologia da Informação
e Comunicação“.
Voltei no
tempo e lembrei-me deste artigo depois que li dois outros textos que me fizeram
refletir sobre qual é o papel da Comunicação e do Conhecimento nessa era de
“Informação Online”. Resgatei o meu artigo justamente por ele tratar sobre a
finalidade da comunicação e, consequentemente, o conhecimento que adquirimos
através dela.
Mas, seria a
transmissão de informações a primeira função da comunicação? Decerto que sim,
mas em um nível mais fundamental o ato de comunicação define a situação que vai
dar sentido às mensagens trocadas. A circulação de informações é, muitas vezes,
apenas um pretexto para a confirmação recíproca do estado de uma relação entre
seres humanos (Lévy, 1999).
Ainda nesse
artigo, mencionei novas Tecnologias da Informação, que na época eram o que mais
me chamavam a atenção, como sistemas colaborativos, ensino à distância, gestão
do conhecimento, avanços das redes de computadores, e-mails, mensagens
instantâneas, enfim, todo o aparato tecnológico da época, levando sempre em consideração
que o importante não estava apenas na informação em si, mas no bom uso que se
fazia dela.
Pegando o
“DeLorean” e De volta para o Futuro, ou melhor, de volta para o presente, onde
smartphones, e-books e nanotecnologia não são mais privilégio dos “Jetsons” e
sim da nossa realidade cotidiana, gostaria de apresentar os dois artigos que li
e me fizeram viajar no tempo e relembrar meu velho texto. Além de mencionar os
dois artigos, também quero, compartilhar minhas conclusões a respeito deles.
O primeiro
artigo, intitulado “A web vai parar?“, menciona o enorme fluxo de informação
que está sendo disponibilizado na rede atualmente e levanta a questão sobre os
apagões que, por conta desse enorme fluxo de informação, poderão acontecer.
Isso, segundo o autor, porque cada vez mais pessoas estão publicando notícias,
atualizando perfis nas mídias sociais, disponibilizando vídeos, fotos, músicas
na rede, somando, a tudo isso, os smartphones, que permitem acesso à internet a
qualquer hora e em qualquer lugar.
O que foi
questionado no artigo é até quando a Internet vai suportar esse mundaréu de
dados, porém o que me chamou a atenção e que gostaria de expor aqui não é a
quantidade de informação na rede e nem se a Web vai sofrer um apagão, pois
acredito que há infraestrutura suficiente para suprir tudo isso (não vamos
esquecer da nanotecnologia, que apesar de ser minúscula, foi uma GRANDE
descoberta).
O que me
chamou a atenção foi a questão do
conhecimento, uma vez que quantidade de informação não significa conhecimento.
A grande sacada é saber tirar proveito de toda essa informação a que temos
acesso. Antigamente, ter informação era sinônimo de poder; hoje em dia, a
informação boa e a ruim estão disponíveis para todos, o que nos resta é extrair
o conhecimento que essa informação pode nos proporcionar. E para isso é
necessário fazer uma seleção, interpretar toda essa malha de dados, ler e
absorver o melhor conteúdo. Essa prática, porém é difícil, pois requer tempo e
dedicação.
Artigo: A web vai parar?
O segundo
texto era uma notícia, com título “Blogueiro tem papel fundamental no
conhecimento do futuro, diz pesquisadora“, vem ao encontro e reforça o meu
ponto de vista. De acordo com o artigo, “cerca de dez anos após o seu
surgimento, os blogs – que já foram declarados como ‘mortos’ em alguns cantos
da internet – poderão ser a bola da vez no conhecimento do futuro”.
De acordo com
a pesquisadora e artista Raquel Rennó, a visualização de dados é a nova forma
de conhecimento do futuro. Isso ocorre porque o excesso de informação é um dos
pontos nevrálgicos da sociedade do conhecimento.
“Você
não sabe o que ler. Tudo está disponível, é difícil selecionar o que ler e
absorver”, disse ela à Folha, durante o evento arte.mov no Museu de Arte
Moderna em Salvador.“A grande forma de poder do futuro será selecionar a
informação. Relacionando informações, percursos, orientações de leitura,
dizendo o que é importante ou não.”
É daí que vem
a importância dos blogueiros, segundo Rennó. “Eles vão selecionando e vão
dizendo o que é importante. O blogueiro tem papel fundamental no conhecimento
do futuro”.
Segue minha segunda
conclusão, 5 anos depois de ter escrito este texto. Em primeiro lugar não houve
o apagão da Internet, pelo contrário a rede evoluiu ao ponto de se pensar em
Governança da Rede (hoje foi aberta a consulta pública para tratar sobre as regulações
que irão definir melhor o Marco Civil). Em segundo lugar os blogs sobreviveram
e se reinventaram, prova disso é este texto escrito aqui no Estrambólica Arte. Então, para finalizar: vida longa aos blogs! Que eles, assim como outras formas de “seleção da informação” sejam os catalisadores do conhecimento!
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