Para Nikola Tesla, o cérebro
é apenas um receptor. No Universo há um núcleo a partir do qual obtemos conhecimento,
força e inspiração. Embora, ele não tenha penetrado nos segredos deste núcleo, sabe
que ele existe.
Carl Gustav Jung, acreditava
simplesmente que alguma parte do Eu ou da alma humana não está sujeita as leis
do espaço e do tempo. O sonho tem esse poder de nos transportar para muito além do tempo e do espaço.
Para o Pajé Alce Negro, tudo
que o poder do mundo faz é feito em círculo. O céu é redondo, a terra é redonda
como uma bola, e assim também são as estrelas. O vento, em sua força máxima,
rodopia. Os pássaros fazem seus ninhos em círculos, pois a religião deles é a
mesma que a nossa. O sol nasce e desaparece em círculo em sua sucessão, e
sempre retornam outra vez ao ponto de partida. A vida do homem é um círculo,
que vai da infância até a infância, e assim acontece com tudo que é movido pela
força. Nossas tendas eram redondas como os ninhos das aves, e sempre eram
dispostas em círculo, o aro da nação, o ninho de muitos ninhos, onde o Grande
Espírito quis que nós chocássemos nossos filhos. Eu, Carla, acredito que as
casas do futuro serão em forma de círculo, como OCA criada por Oscar Niemeyer.
Segundo Tatiana
Menkaiká, as espirais também circulam dentro de nós, a energia circula em
espiral, é onde a matéria e o espírito mais perfeitamente se encontram, e o
tempo, por ele mesmo, não existe. Os nativos lembram as diversidades da vida e
dos caminhos, e não compreendem o mundo de forma linear, o seguir em frente em
uma única direção como se a vida fosse uma linha reta traçada entre um ponto de
início e um de término. O destino é sempre ir além. O grande desafio de todo
ser, por natureza um guerreiro trilhando as estradas das espirais da vida, é
essa busca, é o retorno, é a partida, é caminhar em círculos/ciclos assim como
caminha a natureza, pois somos parte dela. É fazer girar a roda do tempo, não
nos prendendo em nenhum ponto em específico porque, assim, podemos vislumbrar
os mais diversos pontos que compõem a espiral.
Para os antigos celtas essa é
toda a essência do mistério da vida. O circular, o espiralado. O tempo, uma das
triplas linhas tão importantes para o imaginário celta, se retorce em torno de
si mesmo. Como vórtex de energia, as espirais encontradas em vestígios antigos
expressavam um entendimento do cosmos, da energia vibrante, da vida, ou o seu
contrário.
Tradicionalmente, explica Tatiana Menkaiká, os ancestrais compreenderam que espirais no
sentido horário representavam o nascer, o sol, a vida, o mundo de cima, a
transformação pelas experiências exteriores. Para o sentido anti-horário,
representavam a lua, a morte, o outro mundo, o mundo de baixo, o mundo dos
sonhos e alucinações, intuição, as experiências transformadoras vindas do nosso
interior. Para os hindus, o que no nosso mundo terrestre era no sentido
anti-horário, para a esquerda, no mundo de baixo, no outro mundo, correspondia
ao sentido horário. Hoje sabe-se que esses simbolismos expressam as funções cerebrais,
o lado esquerdo do cérebro regula o lado direito de nosso corpo, o lado direito
regula o lado esquerdo do corpo. Nem bom, nem mal, apenas diversidades que
compõe o universo, uma perfeita simbiose, uma perfeita composição de energias.
Para Tatiana Menkaiká, a espiral é a essência do mistério da vida. Assim como se centra, ela também
para, se encontra, se retorce e, então, desce e sobe novamente em graciosas
curvas. O tempo se retorce em torno de si mesmo, trazendo os ecos e vibrações
enquanto que os caminhos vivos da espiral passam próximos um do outro. A vida
corre por estradas sinuosas, os seres se encontram em determinados pontos de
suas caminhadas, se entrelaçam, se afastam, partem, retornam às origens. O
ponto de partida também é o ponto de chegada trazendo-nos a questão do retornar
sempre, reencontrar-se e se renovar.
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