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ZERO – O marco inicial da arte e de uma época após o pós-guerra

Para celebrar a Temporada da Alemanha no Brasil, a Pinacoteca do Estado de São Paulo, apresenta de 03 de Abril e 15 de Junho a exposição ZERO. Pela primeira vez no Brasil, a mostra apresenta uma visão geral com enfoque temático dessa vanguarda internacional que, no final da década de 1950 e início da década de 1960, por meio de arranjos pictóricos dispostos em série e estruturas de luz vibratórias, alterou de forma decisiva a arte do período pós-guerra.

Estética na luz pura: é preciso definir 11 de abril de 1957, como a marca inicial (o marco ZERO) de uma época, pois foi naquele dia que dois jovens artistas de Düsseldorf abriram as portas de seu ateliê e proclamaram o reinício da arte no pós-guerra. Assim nascia o ZERO. Otto Piene, Heinz Mack e, um pouco mais tarde, Günther Uecker foram os nomes que marcaram o início desta nova vanguarda. Naquele momento de ruptura, eles definiam como ZERO um recomeço tanto nas artes quanto na história, incluindo uma emancipação dos gêneros clássicos e de princípios artísticos tradicionais.

Forma-se no estado da Renânia um cenário dinâmico que transcende as fronteiras. Na intensa rede de relações de artistas, que organizam coletivamente exposições históricas, como Azimut (Milão), Nul (Holanda) e ZERO (Düsseldorf), a exposição ZERO enfoca as relações entre artistas alemães e sul-americanos. Artistas sul-americanos de renome internacional, como Lucio Fontana (Argentina/Itália) ou Almir Mavignier (Brasil/Alemanha) incluem-se no círculo restrito de curadores ativos em Milão, Veneza e Zagreb, assim como o venezuelano Jesús Rafael Soto, que vive em Paris.

Sem dúvida, influenciado pelos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, o ZERO almeja, segundo Otto Piene, “rearmonizar as relações entre ser humano e natureza”. Os artistas experimentam novas técnicas e materiais, deixam-se levar pelo acaso e pelas forças da natureza para dinamizar a superfície da imagem. Dynamo! Dynamo! Dynamo! é a divisa onipresente; vibração torna-se sinônimo do tempo ZERO e de uma linguagem voltada para futuro, que se define a partir da pureza da luz. Um espaço monocromático, frequentemente de cor branca, visualiza as forças energéticas do cósmico e do vazio, que incorporam não apenas para Yves Klein, o desejo do ser humano por uma vivência espiritual.

Com os cortes e rupturas da tela, assim como o uso de pregos, rolhas, algodão, esponjas e outros materiais cotidianos, a imagem se torna não apenas um lugar de ação física e se transforma em um objeto, que põe o espectador em movimento e vice-versa: o próprio espectador pode por em movimento o objeto da imagem ou mudar sua estrutura por meio de contato. Dessa forma, são gerados relevos movimentados manualmente ou de forma eletromecânica, que procuram crescentemente ocupar o espaço. Das estruturas vibrantes desenvolvem-se esculturas de luz cinéticas e ambientes transitáveis, concebidos especialmente para um local e que podem ser vivenciados pelo espectador com todos os seus sentidos.

Na exposição, os modernos modos de pensamento e de trabalho do ZERO, não apenas são apresentados por meio de representativas obras individuais. Históricos espaços centrais de luz estão sendo reinstalados especialmente para a exposição itinerante. Esses ambientes de luz e espelhos formam as linhas mestras da exposição nos quais os espaços temáticos são ligados como capítulos individuais: o branco como cor da luz; a ideia de purificação de Yves Klein, que se manifesta em objetos azuis; os objetos em movimento inseridos sob o conceito Dynamo, que vem acompanhado do fenômeno da vibração e finalmente a inserção de elementos naturais, que funde o espaço da arte com o espaço da natureza.
  
O Estrambólica Arte ama a Pinacoteca de São Paulo. Por isso uni o útil ao agradável e aproveitei para sair um pouco de casa, ler os meus textos do mestrado em um lugar bacana e claro queria muito conferir a exposição ZERO. Seguem as fotos que consegui fazer.

"ZERO – O marco inicial da arte e de uma época após o pós-guerra"


"Dynamo! Dynamo! Dynamoé a divisa onipresente vibração torna-se sinônimo do tempo ZERO e de uma linguagem voltada para futuro, que se define a partir da pureza da luz"


Uma sala escura, com um linhas de elásticos que parecem raios lasers a entrecortarem a gente. Geometria, luz, criatividade. É demais a sensação causada nessa sala. ADOREI!

"Espaço monocromático, frequentemente de cor branca, visualiza as forças energéticas do cósmico e do vazio, que incorporam o desejo do ser humano por uma vivência espiritual"


 "Estética na luz pura. O branco como cor da luz; a ideia de purificação"
  
"Os arranjos pictóricos dispostos em série e estruturas de luz vibratórias, alterou de forma decisiva a arte do período pós-guerra"

Rearmonizar as relações entre ser humano e natureza utilizando o espaço da arte com o espaço da natureza


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